Com a proposta de identificar os campos de capim-dourado nos territórios indígenas para fomentar o uso sustentável dessa espécie peculiar no estado, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot) e do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), esteve no território Krahô. Entre os dias 9 e 13, técnicos estiveram em campo para levantar as espécies que ocorrem nas veredas e validar a geolocalização das áreas.
A partir das informações coletadas em campo, os dados serão consolidados e transformados em mapas georreferenciados para os territórios. A analista técnica da Sepot, Lorayne Ferreira, explica que as imagens de campo geradas com o auxílio de drone são analisadas e comparadas às imagens de satélite para maior precisão do trabalho. Durante a visita, os técnicos também conversam com a comunidade para entender a relação com o capim, desde a colheita até a saída do território, em forma de artesanato ou hastes secas.
Nesta etapa, nove aldeias Krahô foram visitadas na terra indígena localizada nos municípios de Itacajá e Goiatins. Além do capim-dourado, espécies de sempre-vivas e chuveirinho foram registradas. “Existe muita semelhança entre eles, mas o uso das outras espécies não é adequado ao artesanato, pois elas se deterioram rápido”, destaca a analista técnica da Sepot, Ana Paula Mendes. O trabalho de identificação contou com a participação de Ana Carolina Freire e Sikupti Xerente, do Naturatins.
Na próxima etapa, será definida a estratégia de ação a ser desenvolvida com a comunidade indígena, pautada pela Lei n° 3594/2019, que dispõe sobre a Política Estadual de Uso Sustentável do Capim-Dourado e do Buriti. “É um trabalho de educação ambiental indispensável, voltado à conservação do capim-dourado e a formação dos coletores da espécie”, enfatiza Ana Paula Mendes.
Território Xerente 2b6438
O trabalho de identificação e georreferenciamento dos campos já foi realizado nos dois territórios Xerente, localizados em Tocantínia, nos anos de 2023 e 2024. O povo Xerente é especialista em artesanato com capim-dourado e a formação da comunidade para o manejo sustentável da espécie, matéria-prima para esta importante fonte de renda, faz parte das ações da Sepot voltadas à proteção dos povos originários e seus territórios. (SecomTO)